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sábado, 29 de agosto de 2009

Um Casal como prova do amor

Ele, um homem ainda jovem, casado há apenas quatro anos, mesmo antes de saber o que era juventude, era pacato, e não gostava de sair. Ela, uma mulher praticamente feita, que viu em Cid a oportunidade de recomeçar, foi seu segundo casamento, mesmo com mais idade do que o Cid, a Dona, nunca deu atenção aos comentários dos outros, seria isso o amor. O amor pode ser demonstrado de varias maneiras, mas a forma como conheci este casal que aparentemente normal, não foi assim como se encontra todos os dias. Para se ter uma idéia, o Cid, realmente era jovem, e ainda é, quando se casou com a Dona, que já vinha de um casamento sofrido, ela já tinha um filho de dois anos, mas o Cid se casou com ela mesmo assim, e teve que tomar responsabilidades de um adulto, de um homem. Logo tiveram mais dois filhos nos três primeiros anos, porém o ultimo a nascer já fora nesta nova condição, Dona estava paraplégica.

Eu estava debruçado ao pára-peito e notei que o Cid também assim estava, porem ele estava distante, nossa comunicação até aquele momento nunca tinha passado de um olá, como vai, e ai ta gostando do hospital, ta com saudades dos filhos,,, Coisas assim. Ele estava realmente distante, estava só, algo estava errado, ou fora da rotina, pois no dia a dia, naquele horário, ele sempre estava ao lado dela, era horário de almoço, e sempre os acompanhantes ficavam com seus pacientes, para auxiliar na alimentação, a Dona era esperta, dominava a cadeira de rodas, mas o Cid sempre estava com ela, levando a bandeja das refeições ou pegando um lenço, sim, algo estava diferente, porem não tive a iniciativa de procurar saber, preferi apenas ficar ali observando. Mais tarde eu saberia mesmo sem perguntar nada.

No hospital S. todos os acompanhantes dormem separados dos seus pacientes com exceção dos que ficam em apartamentos, como era um fim de semana, só tinha eu e o Cid no alojamento masculino, minha beliche ao lado da dele, e eu calado, deitado olhado a parte inferior da cama superior, quando o Cid volta do banho, estende a toalha na grade cama de cima, e se deita emborcado, notei que ele deu uma olhada pra mim, na verdade deu para ver que ele ficou me fitando por um bom tempo antes de falar:

__Então, Evandro, você é casado há bastante tempo?

__Não, apenas dois anos, e você?

Assim, fiquei sabendo de sua historia, de seu casamento precoce, com uma mulher já experiente e com um filho. Fiquei surpreso ao saber que ele só tinha 21 anos, e ela tinha 26, mas o que mais me comoveu foi ele ter falado que no perto de fazer três anos de casados, Dona sofreu uma infelicidade, suas pernas deixaram de se moverem, em poucos dias, e mesmo depois de vários exames, os médicos e especialistas ainda não tinham descobertos a causa de tal lesão na medula. Neste ultimo ano, eles já tinham percorridos vários hospitais antes de chegarem ao S. depois dele narrar os acontecimentos, ele desabafou:

__A Dona acha que eu não gosto mais dela, não entendo, dar até raiva em escutar isso dela.

__Olha, eu notei você diferente hoje, calado e distante.

__Você notou? É verdade, nós tínhamos brigado, ela disse que eu fico distante, e que não estou mais gostando dela, que estou cansando dela. Como é que ela diz uma coisa dessas?

__Bem, eu entendo o que você está passando, é compreensível.

E realmente era. O Cid estava magoado por que sua esposa estava reclamando de algo que não era verdade. Sim existia uma diferença neles, a idade e a experiência, ela era uma mulher vivida, e ele um homem que não teve uma juventude como os outros. Naquela noite ao fim da conversa eu lhe disse que tivesse calma, pois a situação dela não era fácil, afinal ser casada com um homem bonito, jovem e não poder sair com ele andando de mãos dadas desfilando pelas ruas, era muito difícil e talvez ela estivesse se sentindo menor e talvez tenha se expressado da maneira errada. Bem, não entendo muito, mas parece que minhas palavras tenham acalmado mais ele.

Em diferente ao meu contato com o Cid, eu e a Dona tínhamos um contato maior, sempre jogávamos nas tardes de sábado e domingo, no outro dia após minha conversa com o Cid, estava eu e a Dona a sós na sala de refeições, quando ela me chama para irmos para o solar, uma área descoberta no terceiro andar, e me confidencia que está brigada com o Cid, eu já sabendo, deixei ela falar, me disse que estava chateada com ele, pois ele estava mais distante, e que assim, poderia ele não esta mais gostando dela. Eu fui direto, talvez não devesse ter falado daquele jeito, lhe disse que ela estava sendo egoísta, pois eu tinha observado o Cid, e ela há dia, o que era verdade, e notara que eles eram um casal muito harmonioso claro que só por base em minhas observações, e disse que para um cara jovem como ele ficar preso num hospital de reabilitação, e sempre dedicado como ele era, só gostando muito. Ela refletiu e confirmou que eu tinha razão, realmente tinha sido injusta com ele, ele era muito bom para os filhos e tinha seu primeiro filho como filho dele, ela me disse. Mas o que foi mais revelador foi o que ela diria depois:

__Evandro, olha pra mim, sou feia, estou gorda, meu cabelo ta feio, e eu depois desta cadeira de rodas não tenho mais vontade de sair com minha família, é complicado e dar muito trabalho.

Realmente é difícil, entendo-a, afinal a situação do meu irmão é bem parecida com a dela, e andar com uma cadeira de rodas pelas ruas além de chamar muito a atenção dos outros depende de uma força a mais. Olhei pra ela, e disse:

__Dona, você não é feia...

__Sou...

__ Veja, você apenas não está mais se arrumando, mas você é uma mulher bonita, alegre, sempre que conversamos você sempre deixa escapar um sorriso, uma gargalhada, agora eu acho que você está se trancando; se culpando; você deve conversa mais com o Cid, mas primeiro você tem que começar a se gostar novamente, você tem que se amar.

Ela olhava para mim, calada, mas notei uma lagrima no canto olho, era o sinal eu esperava. E disse:

__Veja o Cid, um rapaz bom, que gosta dos filhos e que ama você. E vocês vão vencer este desafio. Vá, seja carinhosa com ele e retribua o afeto que ele tem por você.

No outro dia, eles estavam juntos numa mesa no corredor, ela olhou pra mim e sorriu, retribui com outro sorriso.

Antes de eles receberem alta do S. fiquei sabendo por outra acompanhante, a Sol, que já tinham colocado a Dona em pé no andador. (Selá)

O Hino de um Brasil sem Hino

Há em cada um de nós uma força que nos faz frear a cada instante, e esta força é a surpresa do novo, a vontade de admirar o que é belo e o inesperado. Situações incômodas também nos fazem refletir sobre nós, e sobre as pessoas que estão em nossa volta a todo instante. Situações inesperadas sempre me fazem refletir, vejamos este evento:

Numa noite de quinta feira do mês de agosto deste mesmo ano, estava eu numa escola de ensino fundamental, no interior do Rio Grande do Norte, eram aproximadamente 18 e 10, fiquei surpreso com a ação da coordenação preparando uma bandeira do Brasil, mas minha surpresa me fez recordar do meu tempo de colégio, estava acontecendo ali o mesmo evento que a anos vem sendo efetuado, como eu estava ali apenas substituindo uma professora que tivera se afastado por motivos de saúde, eu ainda não tinha presenciado uma aula na noite de quinta, dia este em que a escola realiza juntamente com os alunos a execução do Hino Nacional.

Então duas alunas se prontificaram para segurar a bandeira, e outra funcionaria se preparou para dar seguimento liderando o inicio do hino. Todos nós ali de pé, com a mão direita no peito, começamos a cantar, não demorou muito e outro aluno chegou ao colégio. Fiquei perdido um pouco fazia algum tempo que eu não cantava o hino, mas os que estavam ali parecia já estarem mecanicamente acostumados. Terminado o momento de respeito a pátria, todos seguimos para nossas salas.

Detalhe, entre funcionários e alunos ali presentes, contei aproximadamente 15 pessoas. (Selá).

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

SOBRE O NOME DO BLOG

Nesta primeira postagem queria então esclarecer o motivo da criação deste espaço, o motivo veio justamente pela procura do significado da palavra SELÁ. Estava eu no horário do intervalo, quando minha colega de trabalho me perguntou se eu sabia o significado de selá, pois aparece em nos salmos de algumas bíblias, e ela já tinha procurado em vários lugares e pessoas, mas ainda estava sem saber. Eu, claro também não sabia, mas nunca tinha notado esta palavra na nas escrituras sagradas, provavelmente pelo fato de ler pouca a Bíblia Sagrada. Curioso, fui à busca do pai dos curiosos: Google, e me deparei com mais indagações a respeito do significado da palavra selá, do que de respostas. Mas encontrei a final uma resposta que eu achei bem fundamentada, que explica a origem em duas outras palavras que seria: Pausa, e erguer. A explicação para a utilização na bíblia pode ser compreendida com as duas palavras: Pausa. Como a Palavra SELÁ aparece mais nos Salmos, geralmente no final de algum versículo, o sentido de pausa estaria significando um momento para refletir sobre o que foi lido, e assim elevar seu pensamento a Deus. Ou seja, um momento reflexivo. Levando em conta a palavra erguer, se explica a respeito levantar a vista, olhar a frente e para o que foi dito, e assim para o que virá, é o momento de refletir sobre o que foi lido, mas também de ficar atento para o que vem a seguir. Um argumento interessante, pois a palavra selá nunca vem no final de um capitulo sem que haja algo a ser dito depois.

Assim, como está escrito no perfil do blog, SELÁ é uma palavra que exprime reflexão sobre o que está acontecendo em nossa volta, seja uma passagem bíblica, um acontecimento próximo a nós, ou distante. Devemos sempre no final do dia erguer nosso olhar analítico para o que fizemos de bom durante nosso dia, e assim procurar o que podemos aprender com esta visão Devemos sempre fazer uma Pausa para refletir sobre nós mesmos e nossas ações. Seguindo este raciocínio, criamos este blog, não com intuito de fazer postagens sempre reflexivas ou de auto-astral, ou mesmo de auto-ajuda, está não é nossa intenção, mas sim procurar em acontecimentos do nosso cotidiano que passam despercebidos, e refletir sobre eles, e assim procurar aprender algo novo a parti de situações muitas vezes não vistas em nosso dia a dia. (Selá)